quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

..quase perfeito...

..a perfeição pode até nem existir, mas quando estamos apaixonados quase tudo roça a perfeição, somos tomados por uma cegueira de emoções que nos turva a visão! Provavelmente todos os "defeitos", que mais tarde apontamos, estão lá, alguns dissimulados por algum "jogo de cintura", outros simplesmente não os queremos ver. Não íamos ousar perturbar este estado com pequenos pormenores! E como quase tudo o que é pequeno com o tempo cresce,também os defeitos, às vezes passam para dimensões quase gigantescas. Alimentados pela paixão, num constante baixar de barreiras que vão revelando a nossa essência, vamo-nos mostrando. Porque todos temos uma essência e essa, quanto a mim, nunca muda! Pode tentar-se escondê-la mas nunca eliminá-la e quando vem ao cimo é sempre a mesma. Perante tudo isto é realmente uma ousadia passar da paixão ao amor. A paixão é emoção, é inexplicavelmente bom estar-se apaixonado, é desejo, é pura adrenalina. O amor é bem mais complicado, é cedência, é partilha...Depois de todo o fervilhar da paixão é difícil deixar entrar o amor, provavelmente por isso há relações que não passam da paixão. Se calhar as que mais intensamente são recordadas por terem acabado no ponto em que a paixão ainda o é, no ponto violento onde todos os sentimentos estão despertos. E há quem corra desenfreadamente de paixão em paixão numa espécie de embriagues! Eu não aguentaria! Mas talvez esta seja a forma de manter a paixão para sempre: acabá-la e partir para outra! Imensos estudos se fazem acerca da paixão e sua duração, a maior parte dele apontam para um período máximo de 18 a 24 meses, até porque seria impossível fisiologicamente aguentar este estado por mais tempo, como em tudo o corpo e a cabeça pedem descanso. É o tempo da paixão que nunca durará eternamente, é o tempo de todas as decisões, é o tempo em que já mostrámos tudo o que somos e o que queremos. Acabou-se o contrato à experiência, efectiva-se ou salta-se fora! Tempo de coragem onde a maior parte não tem coragem de deixar o amor entrar. A liberdade que foi única na paixão confronta-se tanta vez com o compromisso, o tempo que era sempre pouco quando os corpos suavam ardentemente é gasto em apontares de dedo. É tanta vez o princípio do fim de uma paixão quase perfeita. O que vale é mesmo que pode não durar para sempre, mas pode repetir-se até ao dia em o tempo nos der o tempo a que temos direito. Até ao dia em que uma seta nos bater no peito, até fazermos o crime perfeito....

1 comentário:

  1. Do filme de Benjamin Button, que vi recentemente, há frases que ainda me "consomem" a alma...
    Ao ler este texto... apeteceu-me divagar...
    Ficam como notas soltas em pequenos papeis amarelos...

    “Somos predestinados a perder as pessoas que amamos. De que outra maneira saberíamos como são importantes para nós?”

    “Nunca se sabe o que nos espera.”

    “Nossas vidas são definidas pelas oportunidades, mesmo aquelas que perdemos.”

    “Espero que você leve uma vida da qual se orgulhe. Ou que tenha força para começar tudo de novo.”

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