Todos nós vivemos cheios de métodos, mais ou menos eficazes, para ultrapassar situações. Há os que usam o método da ilusão e por lá ficam, eu prefiro usar métodos que me mostrem a realidade nua e crua, nem sempre a realidade desejada!
Foi quase premeditado pedir-te uma resposta escrita, não é que não a soubesse. A verdade é que verbalmente o nosso coração , às vezes, deturpa as palavras. Parece que numa espécie de magia nos recusamos a ouvir algumas partes. Para não correr riscos preferi que escrevesses. E lá me fizeste a vontade, lá me deste a resposta. Aguardei-a com uma estúpida ansiedade, como se não a soubesse. Tonta! Li, absorvi, deixei cair uma lágrima e parei para pensar. "Frisei" por um bom bocado e tive de procurar o meu método eficaz! Transcrevi para papel a tua resposta e li-a vezes sem conta. Guardei religiosamente esse papel, acompanha-me para todo o lado. Quantas vezes, quando tenho ideias tontas, vou buscá-lo. Leio e volto a ler, mais vezes do que pensava. Se fico triste? Um bocadinho, mas com muito mais certezas. Ter de ler e reler este pedaço de papel faz-me crer que estou viva, que as minhas emoções estiveram simplesmente adormecidas. Um dia vou cansar-me deste papelinho, vou deixá-lo voar, assim como deixei voar as minhas emoções. Vou largá-lo ao sabor do vento, já gasto, e espero que alguém o leia e sinta que afinal vale a pena sentir...
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